Aceitando os medos

Eu sofro de ansiedade. Se é uma característica natural, reflexo da sociedade, ou defeito em alguma química do meu cérebro, aí eu não sei. Só sei que é mais complicado do que parece, e por muitas e muitas mais vezes do que eu gostaria de admitir, já fui considerada preguiçosa, medrosa, fresca... já fui criticada por ser tímida, infantil, irrealista... Tudo isso por não conseguir reagir da maneira esperada em certas situações sociais. Já fiz terapia por um tempo, meditei, quebrei muitos lápis, pesquisei e li muito, e ainda tento sem parar lidar da melhor forma com essa situação.

A ansiedade, um medo forte e irracional, já me fez perder incontáveis oportunidades. Evito as situações antes delas acontecerem, e quando consigo tentar novas coisas, muitas vezes elas entram na lista para serem evitadas futuramente, porque elas desencadeiam uma crise e eu não consigo agir das formas "normais". (Basicamente, se um lugar ou situação me faz mal, eu vou sair de lá o mais rápido possível, provavelmente sem nem falar com as pessoas envolvidas.) Infelizmente, a minha reação inicial para qualquer atividade fora dos meus padrões de conforto, é evitar.

Hoje eu pergunto o preço das coisas em lojas, respondo calmamente quando algum desconhecido fala comigo, e me esforço para me despedir antes de sair de algum lugar. Descobri que muitas vezes aceitar que o medo existe e procurar enfrentá-lo, mesmo que as coisas não funcionem, me deixa com uma sensação bem melhor do que a incerteza. E quando as coisas funcionam, então, saber que eu enfrentei os pensamentos negativos e consegui fazer alguma coisa, é dos melhores sentimentos que poderia ter.

Foto por Bruno Bergher

Fico feliz em poder dizer que, nos tempos que fiquei sumida do blog, consegui aceitar e enfrentar vários desses meus medos. E, ainda cansada de tantos acontecimentos, estou muito feliz por não ter escutado a ansiedade. Teve o processo seletivo para a Empresa Júnior do meu curso (com direito à dinâmica de grupo e entrevista!), e na última semana, os dois primeiros eventos que participei. Quis desistir muitas vezes no processo, agradecer a oportunidade e escolher não tentar mais, só que, como parte da minha jornada de aceitação, queria tentar fazer as coisas, independente de estar completamente assustada. E funcionou. Agora tenho uma história boa pra contar, e uma sensação linda de dever cumprido.

Li num texto aleatório do livro do inglês, que o medo é um sentimento natural na nossa vida, e que precisamos aceitar sua existência para conseguir enfrentá-lo. Então, que venham os novos desafios e os novos medos para serem derrotados! E se tudo der errado, fica a certeza de que tentar ainda é melhor que fugir.

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