Por um mundo com mais loucuras

Estamos sempre procurando as coisas do lado de fora. A felicidade em um novo hobbie, a segurança em um abraço antigo, respostas em um emprego fixo, prazer com o sonho da padaria da esquina, o amor em um sorriso no meio da chuva. Não estamos satisfeitos com o que temos, e parece que fomos treinados para nunca parar de procurar novas coisas em novos lugares. Mas, a verdade é que não vamos conseguir ser felizes, ou seguros, ou apaixonados se não encontrarmos as respostas em nós mesmos. Ou talvez, acreditar nesses antigos clichês, seja o meu jeito que encontrar a segurança. Mas prefiro correr o risco e acreditar em mim mesma. Quando algo é certo, ou errado, de alguma forma, nós sabemos. E quando essa coisa aqui dentro se acalma, sei que fiz o que precisava fazer.

Foi assim que há quase um ano letivo atrás (não exatamente 12 meses, porque as coisas ainda estão confusas desde a greve), decidi que daria uma nova chance para a Arquitetura. Era o mais sensato a se fazer, e era o que eu sentia que deveria fazer. Pode parecer que era medo, ou talvez até fosse, mas eu sei que precisava ter feito isso. Aprendi mais nesses últimos meses do que podia imaginar, vivi muitas coisas, e foram muitos sorrisos e muitas lágrimas.

Quando disse o quanto o ano passado foi complicado, não estava fazendo drama. Muito aconteceu. E quando as pessoas perguntavam como eu estava me sentindo sobre o curso, eu mentia. Não porque sou uma pessoa ruim, mas porque eu realmente queria acreditar. Queria ter me apaixonado pela Arquitetura, queria ter aprendido a aproveitar o momento do projeto, queria ter me entendido com minhas ideias e conseguido passar para o papel as coisas maravilhosas que meus professores queriam que eu imaginasse. Mas nada disso aconteceu. E assistir as aulas com um sorriso no rosto e vontade de fazer funcionar não estava adiantando.

Fico feliz por ter escrito naquele post que "Não descarto a possibilidade de mudar de ideia, de trocar tudo, começar do zero, ou mudar de caminho daqui há 30 anos, ou alguns meses(...)", porque aqui estou, meses depois, recomeçando.

Foto por Hybrid

Fiz o ENEM, sem nenhum motivo de verdade, mas com vontade de tentar. E minha nota foi razoável. Então, decidi brincar de ver em qual curso eu poderia entrar, e naqueles momentos, entre nomes de universidades diferentes e notas de corte, percebi que eu merecia uma nova chance. Epifania seguida de uma semana inteira de questionamentos. Questionamentos esses vivendo dentro de mim desde o terceiro período. E enquanto eu via pessoas dos mais diversos lugares me dizendo que faltava tão pouco tempo para me formar, que eu podia ter duas faculdades, que eu podia fazer uma especialização em outra área, ou que eu teria um "futuro melhor" se fizesse isso ou aquilo; eu só conseguia pensar no quanto eu queria ser feliz, e mais nada.

Minha primeira opção sempre foi Comunicação Social. Desde que rabiscava meus cadernos sem nem saber escrever, desde que fazia as redações da escola com toda alegria do mundo, desde que pedia diários de presente, e que fingia digitar numa gaveta de cabeça pra baixo. Desde que fiz meu primeiro blog, desde que o primeiro professor perguntou, desde que respondi a primeira pergunta do meu teste vocacional, ou desses questionários da internet. Mas num mundo com "geografia" como matéria específica no vestibular, e uma menina indo direto do ensino médio sem nenhum estudo especial, o medo me levou pra Arquitetura, com física e matemática, e sem muitas esperanças de passar. O resto da história já deu pra entender, né?

Janeiro foi só o primeiro mês incrível e maluco que me espera nesse ano, o ano de começar novamente. Estou feliz, tranquila, e super ansiosa ao mesmo tempo. Porque sou assim, sempre fui. E quem quiser me chamar de louca, que chame, porque nesse mundo insano, só os loucos são felizes. E é isso que quero ser.

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@lailazin_