Enxaqueca: a história até agora

Desde pequena sempre reclamei de dor de cabeça. Quando a sala fazia bagunça, quando ficava em lugares com muita gente, quando pessoas estavam com perfumes fortes, quando eu ficava um tempo no sol... E pela minha natureza dramática, as reclamações não foram levadas muito a sério. Quando descobri que precisava usar óculos então, toda reclamação virava bronca por não estar usando tanto quanto deveria (é, sou teimosa e nem sempre uso os óculos).

Cresci acreditando que todo mundo sentia dor de cabeça quase todo dia. Que era normal se sentir incomodado pela luz, por cheiros, e até por alguns alimentos. Quando a faculdade trouxe muitas preocupações para mim, a ansiedade misturada com os problemas desencadearam crises de dores terríveis. Abrir os olhos já parecia um pesadelo, qualquer ruído parecia um monstro e não estava conseguindo fazer minhas atividades normais.

Procurei primeiro um clínico geral, fizemos alguns exames e descobrimos além de algumas alergias que a provável causa da dor era enxaqueca. Os remédios não funcionaram e procurei um neurologista que reforçou o diagnóstico: tenho enxaqueca, não há como fugir disso.

Foto por Anthony Tran

A enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro, que pode ser causada por certas condições do estilo de vida do portador e também predisposição genética. O principal sintoma é a dor de cabeça (em diversos pontos, intensidades, e sensações), mas ela pode vir acompanhada de enjôos, mudanças bruscas de humor, ansiedade, depressão, visão embaçada, e aversão à claridade, cheiros, e barulhos, entre outros. Cada pessoa que sofre com enxaqueca tem seus próprios padrões de dores e sintomas, existem alguns com dores todos os dias (eu!) e outros, pouquíssimas vezes (meu pai, por exemplo).

Algumas pessoas têm o que chamam de enxaqueca "com aura", isso significa que elas vêem pontinhos coloridos e brilhantes antes da dor começar. Outras percebem que tem mudanças no humor, apetite ou visão antes de uma crise. Eu, por exemplo, não percebo nada. A dor chega sem avisar. O remédio novo, pra evitar as dores, ainda não está funcionando muito bem, mas estou tentando. É importante conhecer a sua enxaqueca, saber as causas das dores (luz, cheiros fortes, stress) e o que diminui as sensações ruins durante as crises (gelo, ficar no escuro, usar óculos, massagear a região que está doendo, etc).

O importante é, ao descobrir o problema, procurar o tratamento para viver uma vida o mais normal possível novamente. Acredito que se tivesse descoberto isso desde mais nova, as crises não teriam chegado a ficar tão sérias. Mas está tudo bem, afinal, agora os amigos e a família entendem, abaixam o volume da tv, e não reclamam se eu não quero sair de casa quando o sol está forte demais.

Se as dores um dia vão acabar e vou voltar a ser toda feliz quando bem pequena? Não sei. Mas ao menos sei como evitar crises piores, estou tentando que as dores diminuam com os remédios, e mais do que nunca, entendo o quanto é importante fazer o que me faz bem.

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